Correspondência criativa entre as intérpretes Mariana Muniz e Regina Vaz, de Janeiro a Março de 201
No desenvolvimento deste dueto, a comunicação e troca de mensagens foi uma constante, desde o final do ano de 2017. Regina Vaz e Mariana Muniz, que trabalharam juntas, por 10 (dez) anos, no Rio de Janeiro, seguem suas pesquisas sobre a música de Guilherme Vaz. Mantêm-se em constante estado de descoberta, imersas nos materiais encontrados, nas primeiras etapas do processo de criação para “A um passo da Aurora”.
31/01/2019 (Algumas referências para Regina Vaz)
A Sagração da Primavera, do compositor erudito russo Igor Stravinsky, subverte a estética musical do século XX, dando origem ao Modernismo. A célebre composição musical deste irreverente artista do século passado é hoje considerada um símbolo da musicalidade erudita, mas na época causou polêmica ao embalar o balé em dois atos criado pelo não menos rebelde Vaslav Nijinsky, coreógrafo também originário da Rússia.
https://www.infoescola.com/musica/a-sagracao-da-primavera/
"A Sagração da Primavera foi um divisor de águas não só para a dança, mas para a história da arte", diz a pesquisadora Cássia Navas. Para Luis Arrieta, coreógrafo e bailarino argentino radicado no Brasil que encenou sua própria versão da obra em 1985, a música de Stravinsky é "dotada de força e essencialidade incomuns". Segundo ambos, de Nijinsky a Pina Bausch, a ênfase na sexualidade sempre foi uma constante, com movimentos pélvicos, violentos e curvados, dotados de extrema intensidade.
"Cada coreógrafo abordou a força primordial da vida na sua criação, situando-a na sua cultura, na sua história, no seu tempo. E todos endossaram os gestos primeiros de Nijinsky", diz Arrieta.
O filme
https://www.youtube.com/watch?v=JcZ7lfdhVQw
Em 2005 a rede britânica BBC fez um filme para a TV recriando os ensaios e a estréia da Sagração da Primavera. O filme se chama Riot at the Rite, “Tumulto na Sagração” em tradução livre…
7/03/2019
Pantera onça
Regina Vaz,
minha amiga querida....não quer trocar comigo suas idéias para nossa "próxima parada"?
sinto falta de seu retorno....presenças...
viu que te mandei uns artigos legais sobre linguagens/símbolos (dos indios) ?
pensando no trabalho do gui, na sua busca "paleolítica" penso muito em sua música/linguagem/recuperada....aquilo que não tem começo e nem fim...
a origem. e estou caminhando pra trás, no possível, lembrando agora da capa do CD que tem impresso a "partitura" dos pontos de uma colcha tecida no interior de Goiás
meu pensamento é que essas escritas, sinais/códigos sejam o pano de fundo do trabalho mas tbém como se fossemos carimbadas por essas inscrições!
e aí seria demais termos um projetor...será que temos cota para isto? Seria bom pra vc tbém....
não tem como fugir de espaços plásticos, o trabalho dele é plástico além de ele estar dentro das artes plásticas!
agora aqui quebrando a cabeça em como SER o trabalho dele, em como SER o som dele, como de nós sair o ruído mais verdadeiro e correlato com a realidade/ações.... e audível ou visível, rsrsrs...
penso tbém se tivéssemos um metrônomo permanente,que nunca para ou vai parar....o que acha? temos que achar um se for o caso.
outra idéia que tive dentro de "linguagem"pegar a linguagem de libras e trabalhar com o gesto ampliado e trazer aí sua infância e fim: uma oração do pai nosso (só em libras)
bem ,por aqui fico
bjs
Regina Vaz, 7/03/2019
Xapiri - the Meaning
Xapiri is the sacred word the Yanomami people of Brazil & Venezuela use for ‘spirit’, the Yanomami shamans contact the Xapiri for guidance and to listen to the ancient wisdom of their ancestors. Davi Kopenawa, a Yanomami shaman and leader explains;
"We Yanomami learn with the great spirits, the xapiri, We learn how to know the xapiri, how to see them and listen to them. Only those who know the xapiri can see them, because the xapiri are very small and bright like lights. There are many, many xapiri - not just a few, but lots, thousands like stars. They are beautiful and decorated with parrot feathers and painted with urucum (red berry paste). Others have earnings and use black dye and they dance very beautifully and sing differently. The whites think that when we indians do shamanism we are singing. But we are not singing, we are accompanying the music and the songs. There are different songs: the songs of the macaw, of the parrot, of the tapir, of the tortoise, of the eagle, of all birds which sing differently. So that’s what the xapiri are like. They are difficult to see. Whoever is a shaman has to accept them, to know them. You have to leave everything: you can’t eat food or drink water, you can’t be near women or the smell of burning, or children playing or making a noise - because the xapiri want to live in silence.
They are other people and they live differently. Some live in the sky, some underground, and others live in the mountains which are covered with forests and flowers. Some live in the rivers, in the sea and others in the stars, or in the moon and the sun. Omame (the creator) chose them because they were good for working - not in the garden, but for working with shamanism, for curing people. They are beautiful and difficult to see. The xapiri look after everything. The xapiri are looking after the world. Our shamans know that our planet is changing. We know the health of the Amazon. We know that it is dangerous to abuse nature, and that when you destroy the rainforest, you cut the arteries of the future and the world’s force just ebbs away. The sky is full of smoke because our rainforest is being logged and burnt. The rains come late, the sun behaves in a strange way. The lungs of the sky are polluted. The world is ill. The forest will die if it is destroyed by the whites. Where will we go when we have destroyed our world? When the planet is silent, how will we learn? We have kept the words of our ancestors inside us for a long time, and we continue to pass them to our children. So the words of the spirits will never disappear.
And their story has no end.”
Regina Vaz, em 7/03/2019